quarta-feira, 15 de abril de 2015

O beijo


Congresso de gaivotas neste céu
 Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
 Querela de aves, pios, escarcéu.
 Ainda palpitante voa um beijo.

 Donde teria vindo! (Não é meu...)
 De algum quarto perdido no desejo?
 De algum jovem amor que recebeu
 Mandado de captura ou de despejo?

É uma ave estranha:colorida
Vai batendo como a própria vida,
 Um coração vermelho pelo ar.
 E é a força sem fim de duas bocas,
 De duas bocas que se juntam, loucas!
 De inveja as gaivotas a gritar...



 Alexandre O'Neill,
foto-Claudio Ferrari  

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